Trabalho Inteligente: Menos Horas, Mais Resultados?
Roberto Fully
Empresário. Sócio nas empresas Kédos, Bem Legal e Fucape Solutions. Doutor em Contabilidade e Administra??o.
Smart Work: Fewer Hours, More Results?
Prof. Roberto Miranda Pimentel Fully
This article is available in both Portuguese and English.
Trabalho Inteligente: Menos Horas, Mais Resultados?
A ideia de reduzir a jornada de trabalho para um modelo 4x3 tem ganhado for?a no debate público, mas será que essa mudan?a realmente impulsiona o crescimento econ?mico ou a chave para o progresso está no aumento da produtividade?
Hoje, a jornada tradicional no Brasil n?o é exatamente 6x1. A prática já consolidada no mercado funciona mais próxima de um modelo 5,5x1,5, com folgas alternadas e compensa??es. Isso levanta um questionamento relevante: em vez de reduzir ainda mais os dias úteis, n?o seria mais eficiente uma estrutura 5x2?
O argumento central dos defensores do 4x3 é que menos dias de trabalho podem aumentar o bem-estar dos colaboradores, reduzir o estresse e melhorar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Isso, em tese, resultaria em maior engajamento e eficiência.
Países como Islandia, Jap?o e alguns estados dos EUA têm experimentado modelos de jornada reduzida com resultados positivos. No entanto, o contexto brasileiro exige uma análise mais aprofundada sobre os impactos reais dessa mudan?a.
Para uma economia crescer, a produtividade precisa acompanhar as transforma??es no mercado de trabalho. Sem investimentos em tecnologia, automa??o e qualifica??o profissional, uma simples redu??o de jornada pode levar a uma queda na produ??o sem ganhos reais de eficiência.
A produtividade n?o está apenas no número de horas trabalhadas, mas no valor gerado dentro desse período. Empresas que apostam em inova??o, digitaliza??o e melhores práticas de gest?o tendem a obter melhores resultados independentemente da escala de trabalho adotada.
Outro ponto importante é o impacto econ?mico. Se uma empresa reduz os dias úteis, mas mantém a mesma folha de pagamento sem ganhos de produtividade, os custos operacionais aumentam, podendo gerar efeitos colaterais como reajustes salariais menores e pre?os mais altos para o consumidor.
Setores como indústria, comércio e servi?os operam em dinamicas distintas. Enquanto algumas fun??es podem se beneficiar de modelos mais flexíveis, outras exigem presen?a contínua e escalas mais rígidas para manter a opera??o eficiente.
A verdadeira mudan?a de paradigma no mercado de trabalho n?o está apenas na redu??o de dias, mas em como as empresas e profissionais lidam com eficiência, gest?o do tempo e inova??o.
O desafio para as empresas é encontrar um equilíbrio entre qualidade de vida dos colaboradores e competitividade no mercado. Modelos mais flexíveis podem ser positivos, desde que sustentáveis e alinhados com ganhos reais de produtividade.
A decis?o sobre a melhor escala de trabalho n?o pode ser tratada apenas como um direito ou um benefício. Ela deve ser analisada sob a ótica da sustentabilidade econ?mica e da eficiência empresarial.
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O futuro do trabalho n?o será definido apenas pelo número de horas trabalhadas, mas pela capacidade de produzir mais e melhor com os recursos disponíveis. Afinal, o crescimento sustentável vem da produtividade e n?o apenas da redu??o da jornada.
Smart Work: Fewer Hours, More Results?
The idea of reducing the workweek to a 4x3 model has been gaining traction in public debates, but does this change truly drive economic growth, or is the key to progress found in increased productivity?
In Brazil, the traditional work schedule isn’t exactly 6x1. In practice, the most common model operates closer to 5.5x1.5, with alternating rest days and compensations. This raises an important question: instead of further reducing workdays, wouldn’t a 5x2 structure be more efficient?
Supporters of the 4x3 model argue that fewer workdays can improve employee well-being, reduce stress, and enhance work-life balance. In theory, this would result in greater engagement and efficiency.
Countries like Iceland, Japan, and some U.S. states have experimented with shorter workweeks, reporting positive results. However, the Brazilian context requires a deeper analysis of the real impacts of such a change.
For an economy to grow, productivity must keep pace with labor market transformations. Without investments in technology, automation, and professional development, a simple reduction in work hours may lead to decreased output without real efficiency gains.
Productivity isn’t just about the number of hours worked but rather the value generated within that time. Companies that prioritize innovation, digital transformation, and effective management practices tend to achieve better results, regardless of their work schedule.
Another crucial aspect is the economic impact. If a company reduces workdays while maintaining the same payroll without productivity gains, operational costs rise. This could lead to side effects such as lower salary adjustments and higher consumer prices.
Industries, commerce, and service sectors operate under different dynamics. While some roles may benefit from more flexible models, others require continuous presence and stricter schedules to maintain operational efficiency.
The real paradigm shift in the labor market isn’t just about fewer workdays but about how companies and professionals handle efficiency, time management, and innovation.
The challenge for businesses is to find a balance between employee well-being and market competitiveness. More flexible models can be beneficial, as long as they are sustainable and aligned with real productivity gains.
Deciding on the best work schedule should not be framed solely as a right or a benefit. It must be analyzed through the lens of economic sustainability and business efficiency.
The future of work won’t be defined solely by the number of hours worked but by the ability to produce more and better with available resources. After all, sustainable growth comes from productivity, not just a reduction in working hours.
Economista, Contabilista, Especialista em Investimentos e Analista Pleno no Mercado de Capitais. Fala sobre #a??es #rendafixa #tesourodireto #investimentos #analisedeempresas #governan?a
1 天前Professor Roberto Fully, excelente reflex?o, entretanto longe de consenso. Na minha humilde opini?o a redu??o da jornada de trabalho vai acontecer de forma lenta e, inicialmente, apenas em setores sujeitos a ganhos de eficiência promovidos principalmente pela inova??o tecnologica.