Ser M?e aos 45

(English version below)

Entender que a vida é feita de ciclos, faz com que fiquemos em paz com tudo o que chega e com tudo o que se vai.?

A minha liga??o com a natureza é cada vez mais forte. Sinto-me cada vez mais parte dela e é no seu seio que recolho a for?a e a energia para continuar. Sigo os seus ciclos. E como habitualmente, a cada esta??o fa?o uma reflex?o mais profunda sobre onde estou e quem sou.?

No solstício do outono, n?o foi exce??o.?

Após um ver?o exigente em termos emocionais e físicos, onde todo o movimento de expans?o foi um pouco contido, muito dele recolhido na natureza, eis que chega o outono. O tempo de deixar ir o que n?o faz mais sentido ficar e o tempo de visualizarmos o futuro que queremos ver acontecer. é a esta??o da regenera??o pura, onde a natureza também encerra os seus ciclos para que outros comecem.?

O que n?o esperava é que esta regenera??o fosse t?o intensa.?

Ha cerca de dois meses atrás, no mesmo dia em que recebo a notícia da morte de um familiar querido, recebemos também um telefonema de vida: temos uma crian?a para vocês.?

E esta frase, ali, naquele momento, mudou tudo.?

Um ciclo que se encerra. Uma vida que termina o seu papel aqui.?

Um ciclo que come?a. Uma nova vida que surge aqui também.

Tudo num mesmo espa?o e tempo. A seu tempo.

Lembro-me de pensar: foi para isto que a natureza me esteve a preparar no ver?o. Tornar-me mais resiliente. Era isto que a intui??o me dizia e eu ainda n?o havia entendido.?

Ser m?e aos 45.?

De um momento para o outro, sentes que ha muito que tem mesmo de ficar para trás, ou pelo menos por agora tem de ficar em suspenso, porque há toda uma vida que nascerá. Acima de tudo, há uma nova mulher que vai emergir em ti.

Um novo papel que vou assumir nesta jornada incrível que é a nossa vida.

Um novo reencontro comigo. Uma nova descoberta de quem sou.?

Ser m?e aos 45.?

Uma prioridade que se coloca acima de qualquer plano ou projeto de futuro que haveria feito e visualizado. Para tudo e adapta.?

Existe agora uma crian?a, uma menina de 11 anos, que deposita em nós a sua vida.

Para uma segunda oportunidade de ser feliz.

E esta é maior responsabilidade que alguma vez podemos aceitar. Esta é maior regenera??o em nós mesmos, que podemos fazer. Mas é também aquela que traz consigo os maiores desafios e um misto de sentimentos que nos invade.?

é um pouco de tudo aquilo que sinto que quero partilhar aqui contigo.

A intensidade dos sentimentos e toda uma nova viagem regenerativa que recome?a. Desta vez com uma inten??o ainda mais poderosa: a de acolhermos uma menina para poder florescer, garantindo que cada dia seja repleto de amor, compreens?o e oportunidades de criar memórias felizes.?

Para ela, será um recome?o, onde cada passo será dado com o cora??o aberto e a mente cheia de esperan?a, mas também com muitos medos e inseguran?as. Recome?ar é sempre desafiador. Exige enfrentarmos o desconhecido com coragem, mantendo, ao mesmo tempo, a expectativa de que, apesar dos desafios, algo de belo e transformador espera por nós. Onde uma menina alimenta a esperan?a sobre um futuro que compense o seu passado. Que a permita ser quem é de verdade, sem medos. Com amor, seguran?a e alegria. Com liberdade.?

Para nós, é uma nova vida que se cria e regenera, agora, sim, desafiando-nos a sermos a nossa melhor vers?o todos os dias, mais presentes e conscientes em cada gesto e decis?o.?

é o entendimento de que a verdadeira for?a está em acolhermos as nossas vulnerabilidades e em mostrarmos que, mesmo com os medos e as incertezas, seguimos juntos, aprendendo e apoiando-nos mutuamente.

Nesta jornada, cada sorriso, cada conversa e cada momento partilhado será uma conquista.

Saber que podemos ser a seguran?a e uma inspira??o para uma crian?a, ao mesmo tempo, que essa crian?a se torna a nossa maior professora de resiliência e autenticidade, de uma forma de viver que desconhecemos, transformando esta experiência na mais profunda e regenerativa forma de amor que poderíamos imaginar.

Acreditamos que com o tempo, os dias que ser?o de início incertos se v?o come?ar a moldar numa rotina cheia de cumplicidade e crescimento. Pequenos desafios tornam-se grandes vitórias, e as lágrimas compartilhadas ganham significado, unindo-nos ainda mais.

Acreditamos que juntos, criaremos um lar onde a confian?a, a empatia e a alegria sejam os alicerces, e onde cada um de nós possa ser plenamente quem é, sabendo que somos amados e aceites.

Essa é a promessa que lhe fazemos a ela e a nós mesmos: de que, nesta nova caminhada, seremos sempre o seu porto seguro, o abra?o que acolhe e a voz que encoraja, ajudando-a a perceber que, mesmo nos dias difíceis, o amor e a esperan?a s?o o que nos mantêm firmes e unidos. Estamos prontos para construir juntos uma nova história onde a felicidade e a resiliência caminham lado a lado. Onde somos livres para sermos nós mesmos, numa família de verdade.

Mas é aqui que surge toda a turbulência de emo??es que nos invade agora. Estaremos mesmo prontos?

Para continuar terás de ouvir no podcast Caminhadas com Inten??o, onde partilharei o novo significado de incerteza e inseguran?a, responsabilidade e medo de falhar, vulnerabilidade, amor, esperan?a, entre outros.

Ouve aqui: https://www.spreaker.com/episode/t16-ep74-ser-mae-aos-45--62765356

Voltamo-nos a encontrar no Solstício do inverno.

Até lá, continua a ter a coragem de seres livre para seres tu mesmo(a).

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Becoming a mother at 45

Understanding that life is made up of cycles makes us at peace with everything that comes and everything that goes.

My connection with nature is growing stronger. I feel more and more a part of it, and I draw strength and energy to carry on in its bosom. I follow its cycles. As usual, with each season, I reflect more deeply on where I am and who I am.

The fall solstice was no exception.

After a demanding summer in emotional and physical terms, where all the movement of expansion was somewhat contained, much of it collected in nature, here comes fall. The time to let go of what no longer makes sense and the time to visualize the future we want to see happen. It's the season of pure regeneration, where nature ends its cycles so others can begin.

What I didn't expect was for this regeneration to be so intense.

About two months ago, on the same day that I received the news of the death of a beloved family member, we also received a call from life: we have a child for you.

And that sentence, right there, at that moment, changed everything.

A cycle comes to an end. A life ending its role here.

A cycle begins. A new life emerging here too.

All in the same space and time. In its own time.

I remember thinking: this is what nature was preparing me for over the summer. To become more resilient. This is what my intuition was telling me and I hadn't yet understood.

Being a mother at 45.

From one moment to the next, you feel that there's a lot that really has to be left behind, or at least it has to be put on hold for now, because there's a whole new life to be born. Above all, there is a new woman who will emerge in you.

A new role that I will take on in this incredible journey that is our life.

A new encounter with myself. A new discovery of who I am.

Being a mother at 45.

A priority that takes precedence over any future plan or project I might have made and visualized. For everything and everything fits.

There is now a child, an 11-year-old girl, who is entrusting us with her life.

For a second chance to be happy.

And this is the greatest responsibility we can ever accept. This is the greatest regeneration of ourselves that we can do. But it's also the one that brings with it the greatest challenges and a mixture of feelings that invade us.

It's a bit of everything I feel that I want to share with you here.

The intensity of feelings and a whole new regenerative journey that begins again. This time with an even more powerful intention: to welcome a little girl so that she can flourish, ensuring that each day is filled with love, understanding and opportunities to create happy memories.

For her, it will be a fresh start, where each step will be taken with an open heart and a mind full of hope, but also with many fears and insecurities. Starting over is always challenging. It requires us to face the unknown with courage, while maintaining the expectation that, despite the challenges, something beautiful and transformative awaits us. Where a girl nurtures hope for a future that makes up for her past. One that allows her to be who she truly is, without fear. With love, security and joy. With freedom.

For us, it's a new life that is being created and regenerated, now, challenging us to be our best version every day, more present and conscious in every gesture and decision.

It's the understanding that true strength lies in accepting our vulnerabilities and showing that, even with fears and uncertainties, we can go on together, learning and supporting each other.

On this journey, every smile, every conversation and every moment shared will be an achievement.

Knowing that we can be the security and inspiration for a child, at the same time as that child becomes our greatest teacher of resilience and authenticity, of a way of living that we don't know, transforming this experience into the deepest and most regenerative form of love we could imagine.

We believe that over time, the days that were initially uncertain will begin to shape themselves into a routine full of complicity and growth. Small challenges become great victories, and the tears we share become meaningful, uniting us even more.

We believe that together, we will create a home where trust, empathy and joy are the foundations, and where each of us can be fully who we are, knowing that we are loved and accepted.

That is the promise we make to her and to ourselves: that, on this new journey, we will always be her safe haven, the hug that welcomes and the voice that encourages, helping her to realize that, even on difficult days, love and hope are what keep us firm and united. We are ready to build a new story together where happiness and resilience go hand in hand. Where we are free to be ourselves, in a real family.

But this is where all the turbulence of emotions that invades us now comes in.

Are we really ready?

....

We'll meet again at the Winter Solstice.

Until then, continue to have the courage to be free to be yourself.

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