One million refugees from Ukraine arrive in Poland / Um milh?o de refugiados da Ucrania chegam à Pol?nia
What lessons can we learn from the intense hospitality of the Polish people?
Almost one in the morning of March 4, 2022. -2oC in Krakow central train station and several Ukrainian families are queuing looking for information, train tickets to continue their journey, food. Meanwhile, dozens of volunteers take turns 24 hours a day to provide the first reception. A week of war in Ukraine has resulted in the departure of more than a million people from the country. Now, on the 12th day of the conflict, more than a million refugees have entered Poland alone – and that number grows even more every day.
It is worth noting the enormous commitment of Polish society in these initial days of war. A huge humanitarian operation was installed in the country with the presence not only of traditional actors, such as the Government and NGOs, but also with the engagement of Polish people, who through individual and collective actions have set an example of solidarity. The good example of the current moment leads us to two important reflections: does the same happen with other refugees who seek shelter in Poland and in the European Union (EU)? What can we learn for the future of refugee policies in the European bloc?
A few months ago, Poland strongly repressed several migrants – mainly from Iraq – who sought asylum in the country on its border with Belarus. Despite the fact that the Lukashenko's government might have orchestrated this crisis to tension with the EU, the Polish government had a duty to accept migrants and their asylum application. The strong repression carried out by the border police violated European and international refugee laws and, in addition, led to the death of several migrants who spent days in the forest in subhuman conditions at the height of the European winter. There was also little political pressure from the EU for Poland to take in these asylum-seekers.
Amid the war in Ukraine, migrants seeking to reach the Greek coast to apply for asylum continue to suffer in a crisis that has lasted more than seven years. Last week, seven more people died after their boat sank off the Greek island of Lesvos. After years of a migration crisis in the region, the EU still lacks effective policies aimed at receiving migrants who arrive desperately on the Greek coast. In the opposite direction, their isolation has intensified even when they reach European territory, since asylum camps similar to prisons were established, as reported by various human rights organizations operating in Greece.
No asylum seeker should be considered illegal. The strong solidarity of Polish people and other Europeans raises again the discussion about equal treatment at borders. It is important to highlight that there are historical and ethnic reasons that have considerable weight in this balance. Many Europeans see Ukrainians as part of the European people. There is also a perception that Europe is once again threatened by a major war. Specifically in Poland, the various occupations that Russia and the former Soviet Union have carried out in the country over centuries generate an even greater repulsion to the Russian attack on Ukraine and, consequently, a greater receptivity to Ukrainians, who, it is worth noting, are also a Slavic people.
We need to analyze what is good – and also question what needs to be changed – so that we not only have better migration policies in the future, but also greater awareness in society about the importance of receiving those who leave everything behind and flee to another country. In the streets of Krakow there are several autonomous initiatives of psychological, food and housing support for the families that arrive. There are daily protests calling for an end to the war. And a general perception that “it could be with us”. Then we must question: shouldn't it be like this with everyone? Can we think of a similar social mobilization for other refugees in the near future?
I'm optimistic and would say yes, even with all injustice still present. Analyzing reality does not stop us from moving forward with hope in better days. Optimism is something you learn in direct contact with people who are vulnerable. Talking to three young Ukrainians who are refugees in Poland, they all told me that they are optimistic about the future, even with the war in its 12th day, even with their family and friends scattered in several Ukrainian cities. In another perspective, I saw several young Poles going to the supermarket to buy groceries for donations, many others mobilizing day and night to welcome those who arrive in a real attempt to welcome, to deliver affection. And it is with the strength of affection that we will be able to find solutions to build a more equal future for European migration policies.
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Um milh?o de refugiados da Ucrania chegam à Pol?nia
Quais os aprendizados que podemos tirar do intenso acolhimento do povo polonês?
Quase uma da manh?, início da madrugada de 4 de mar?o de 2022. Na esta??o central de trem de Cracóvia, em meio ao frio de -2oC, diversas famílias ucranianas fazem filas para conseguir informa??es, bilhetes de trem para seguir viagem, alimento. Enquanto isso, dezenas de voluntários se revezam 24 horas por dia para prestar o primeiro acolhimento. Uma semana de guerra na Ucrania gerou a saída de mais de um milh?o de pessoas do país. Agora, no 12o dia de conflito, somente na Pol?nia já entraram mais de um milh?o de refugiados – e a cada dia esse número cresce ainda mais.?
Há de se destacar o enorme engajamento da sociedade polonesa nesses dias iniciais de guerra. Uma verdadeira opera??o humanitária se instalou no país com a presen?a n?o só dos atores tradicionais em crises migratórias, como Governo e ONGs, mas também com o engajamento do povo polonês, que por meio de a??es individuais e coletivas tem dado um exemplo de solidariedade. O bom exemplo do momento atual nos leva a duas importantes reflex?es: o mesmo acontece com outros refugiados que buscam acolhimento no país e na Uni?o Europeia (UE)? O que podemos levar de aprendizado para o futuro das políticas de acolhimento a refugiados no bloco europeu?
Alguns meses atrás, a Pol?nia reprimiu fortemente diversos migrantes – oriundos sobretudo?do Iraque – que buscavam refúgio no país na sua fronteira com Belarus. Apesar dos fortes indícios de que o governo Lukashenko teria orquestrado essa crise para tensionar com a UE, o governo polonês tinha o dever de acolher os migrantes e aceitar a sua solicita??o de refúgio. Todavia, a forte repress?o executada pela polícia de fronteira violou leis europeias e internacionais de refúgio e, ademais, levou à morte de diversos migrantes que passaram dias alojados na floresta em condi??es subumanas no ápice do inverno europeu. Houve também pouca press?o política da UE para que a Pol?nia acolhesse os solicitantes de refúgio.
Em meio à guerra na Ucrania, migrantes que buscam chegar à costa grega para solicitar refúgio seguem sofrendo em uma crise que já dura mais de sete anos. Semana passada, mais sete pessoas morreram afogadas após o bote onde estavam afundar próximo à ilha grega de Lesbos. Após anos de crise migratória na regi?o, a UE segue carente de políticas efetivas que visem acolher os migrantes que chegam desesperados à costa grega. Em sentido oposto, tem intensificado o seu isolamento mesmo quando eles alcan?am o território europeu, criando campos de acolhimento similares a pris?es, conforme denúncias de diversas organiza??es de direitos humanos que atuam na Grécia.
Nenhum solicitante de refúgio deveria ser considerado ilegal. A forte receptividade dos poloneses e dos demais europeus levanta novamente a discuss?o sobre igualdade de tratamento nas fronteiras. é importante destacar que há raz?es históricas e étnicas que têm um peso considerável nessa balan?a. Muitos europeus veem os ucranianos como parte do povo europeu. Há também uma percep??o de que a Europa se vê novamente amea?ada por uma guerra de grandes propor??es. Especificamente na Pol?nia, as diversas ocupa??es que a Rússia e a antiga Uni?o Soviética já realizaram no país ao longo de séculos geram uma repulsa ainda maior ao ataque russo na Ucrania e, consequentemente, uma maior receptividade aos ucranianos, que, vale destacar, também s?o um povo eslavo.
Precisamos analisar o que é bom – e também questionar o que precisa ser mudado – para que tenhamos n?o só melhores políticas migratórias no futuro, mas também maior consciência da sociedade sobre a importancia de acolher a quem deixa tudo para trás e foge para outro país. Nas ruas de Cracóvia há diversas iniciativas aut?nomas de suporte psicológico, alimentar e de moradia para as famílias que chegam. Há protestos diários pedindo o fim da guerra. E uma percep??o geral de que “poderia ser conosco”. é nesse sentimento que devemos nos apegar para questionar: n?o deveria ser assim com todos os povos? Podemos pensar em uma mobiliza??o social de acolhimento mais justa em um futuro próximo?
Estou otimista que sim, mesmo com toda a injusti?a ainda presente. Analisar a realidade n?o nos impede de seguir com esperan?a em dias melhores. O otimismo é algo que se aprende no contato direto com as pessoas que est?o em vulnerabilidade. Conversando com três jovens ucranianas que est?o refugiadas na Pol?nia, todas me disseram que est?o otimistas com rela??o ao futuro, mesmo com a guerra no seu 12o dia, mesmo com seus familiares e amigos espalhados em diversas cidades ucranianas. Em outra medida, vi diversos jovens poloneses indo ao supermercado comprar mantimentos para doa??es, outros tantos se mobilizando dia e noite para acolher quem chega em uma real tentativa de acolher, de entregar afeto. E é na for?a do afeto que conseguiremos achar solu??es para construir um futuro mais justo nas políticas migratórias europeias.
AI Sustainability || Regulation
2 年????
Community Engagement Advisor at adidas Foundation | Social Impact | Grantmaking | Sports for Development | Economic Development | Maecenata Foundation Fellow | Co-founder of TamoJunto.org.br
2 年Artigo necessário! Obrigada por compartilhar!
Psicóloga- Trabalho Humanitário
2 年Parabéns pela excelente reflex?o