O que é a técnica WSJF e porque utiliza-la para quebrar as features?

WSJF (Weighted Shortest Job First) n?o é um acr?nimo de um palavr?o em inglês, ele é uma parte fundamental da discuss?o de quebra de PBI (Backlog do Produto de itens) usando SAFE.

Você sabia que ela também pode ser usada para ajudar a quebrar suas features, além de priorizá-las??

Talvez alguém da sua empresa já tenha ouvido ou até usado a WSJF, mas como a sua organiza??o costuma decidir sobre quais iniciativas devem ser priorizadas? Quem tem “voz” mais alta decide? Ou é por feeling do Product Manager ou?Product Owner?

Se você já se viu em alguma situa??o assim e já pensou se teria uma maneira mais lógica e mais objetiva de prioriza??o, está na hora de saber mais sobre o WSJF.

O QUE é A TéCNICA WSJF?

Diferente do que muitos pensam, o Weighted Shortest Job First (WSJF) n?o foi criada pela Scaled Agile. A?técnica?para auxiliar na prioriza??o de features?foi criada por Don Reinertsen e muito popularizada pelo?Scaled Agile Framework (SAFe).

A técnica WSJF?leva em considera??o n?o apenas o custo do atraso?(cost of delay, COD), mas também?a dura??o do trabalho, em que pode ser usado como proxy o tamanho do trabalho.

Se n?o estiver familiarizado com o conceito de custo do atraso, pense da seguinte maneira: sempre que atrasamos a entrega de uma feature, pagamos por um custo relacionado a este atraso. Isso quer dizer que,?maximizar o valor de uma feature significa minimizar o custo do atraso.

Por exemplo: Um fabricante na época de Natal paga pelo custo do atraso a cada dia que atrasa seus lan?amentos, uma vez que a concorrência está conseguindo lan?ar antes e aproveitar a oportunidade.

Mas como decidir qual produto, qual feature e qual iniciativa priorizar?

No livro “Principles of Product Development Flow”, Don Reinersten apresenta vários princípios relacionados à prioriza??o de iniciativas, com suas respectivas condi??es de aplicabilidade. Um destes princípios está relacionado a técnica WSJF.

Num caso bem simples, em um extremo, em que todas as features têm a mesma dura??o, deveríamos priorizar as features que possuem maior custo do atraso, o que minimizaria o custo total. Ou seja, a?feature de maior valor/benefício seria priorizada.

Em outro extremo, se todas as features têm o mesmo custo do atraso, deveríamos?priorizar as features que possam ser lan?adas mais rapidamente, minimizando assim o custo do atraso e maximizando o valor para a organiza??o.

Porém, no cenário atual caracterizado pelo mundo VUCA (Volatilidade/Volatility, Incerteza/Uncertainty, Complexidade/Complexity e Ambiguidade/Ambiguity), com tanta volatilidade e incerteza,?tanto o custo do atraso quanto a dura??o/tamanho de uma feature podem variar muito de feature para feature.

Nesses casos a técnica WSJF contribui muito na prioriza??o?visando minimizar custos e maximizar valor para a organiza??o.?

De maneira bem simples, a?técnica WSJF de uma feature é calculada como a divis?o do custo do atraso pela sua dura??o/tamanho.?Mais detalhes das variáveis que comp?em o custo do atraso podem ser consultadas em um?excelente artigo sobre a técnica WSJF.

Porém, n?o devemos apenas calcular um número e segui-lo cegamente sem levar em conta outros aspectos importantes e conhecidos, como por exemplo, a dependência entre features.

Se sabermos de antem?o que para a feature A ser entregue dependemos da feature B estar feita, mesmo que pela técnica WSJF o resultado da feature A seja maior do que o resultado da feature B, a sequência de entrega seria feature B e depois feature A.

A TéCNICA WSJF COMO FERRAMENTA DE APOIO AO PRINCíPIO #6 DO SAFE?

Um outro fen?meno importantíssimo que a técnica WSJF proporciona?é o estímulo a quebra de features em features menores.

Em diversos casos, ao tentarmos aplicar a técnica WSJF pela primeira vez para um conjunto de features, um grande desconforto é gerado como um consenso de que se o conjunto de features fosse priorizado pelo feeling de gera??o de valor ou mesmo pelo ROI de cada feature o resultado seria bem diferente.

Mas durante o desconforto alguém diz: – E se quebrarmos a feature X (que por feeling achamos ser a mais prioritária, porém ficou com o menor WSJF) em duas ou mais features?

Isso acontece porque percebermos que o peso da dura??o/tamanho é o que geralmente mais interfere na técnica WSJF, pois ele é o denominador no cálculo do resultado.

Assim, podemos dizer que?a técnica WSJF nos ajuda a pensar em quebra de features em features menores, o que além de mudar a ordem das features priorizadas, acaba por fortalecer o princípio #6 do SAFe, pois ao reduzir o tamanho do lote de trabalho, melhoramos a fluidez e aumentamos a utiliza??o, além da melhoria na previsibilidade.