A influência da idade média nas raízes da sociedade atual

A influência da idade média nas raízes da sociedade atual

C5. Como viveremos?

Schaeffer, Francis. Editora Cultura Crist?


Michael Gough, em The Origins of Christian Art [As Origens da Arte Crist?] (1973) fala na troca de uma “aceita??o de um elemento de realismo naturalista por uma preferência pelo fantástico e irreal”. Ele também destaca que, em meados do século sexto, “os últimos vestígios de realismo foram abandonados”.

Podemos tra?ar um paralelo entre o caráter “vivo” da arte crist? primitiva e o Cristianismo vivo da igreja primitiva. Líderes como Ambrósio de Mil?o (339-397) e Agostinho (354-430) enfatizaram fortemente um Cristianismo bíblico verdadeiro. Mais tarde houve um crescente desvio para longe dos ensinamentos bíblicos na igreja e também ocorreram mudan?as na arte. Exemplos interessantes de uma transi??o da arte crist? primitiva e viva s?o os mosaicos da igreja ariana de S?o Lorenzo, em Mil?o. Aqueles mosaicos provavelmente datam de meados do século quinto. Os crist?os retratados nesses mosaicos n?o eram símbolos, mas pessoas reais.

De certo modo, havia um lado bom em tudo isso – os artistas fizeram os seus mosaicos e ícones como testemunhas ao observador. Muitos que assim fizeram faziam-no com devo??o, pois estavam à procura de valores mais espirituais. Estes foram os seus pontos fortes. O ponto fraco foi que, nas linhas gerais da sua concep??o de espiritualidade, eles deixaram de lado a natureza e a importancia da humanidade das pessoas. Desde 395 d.C. o Império Romano encontrava-se dividido em Império Oriental e Ocidental. O estilo bizantino desenvolveu-se no Oriente e gradualmente se expandiu para o Ocidente.

O retrato da natureza foi largamente abandonado e, por uma infelicidade ainda maior, o elemento humano vivo foi removido.

Ravenna era um centro dos mosaicos bizantinos no Ocidente, um centro que foi elevado à sua máxima grandeza pelo imperador oriental Justiniano, embora ele nunca a tivesse visitado. Justiniano, que reinou de 527 até 565, construiu muitas igrejas no Oriente, sendo Hagia Sophia, em Constantinopla, a mais famosa, consagrada em 537.

Nesse período, houve um declínio no ensino ocidental, apesar das crescentes ordens monásticas que foram gradualmente sendo organizadas em torno da ordem beneditina, proporcionando a guarda de muitas coisas do passado. O próprio Benedito (480?-547?) construiu um monastério no Monte Cassino, nas proximidades da estrada principal que vai de Nápoles a Roma. Os velhos manuscritos eram copiados e recopiados nos monastérios. Gra?as aos monges, a Bíblia foi preservada – juntamente com trechos de clássicos gregos e latinos.

Todavia, o jovem Cristianismo nascido no Novo Testamento estava gradualmente sendo distorcido. Um elemento humanista estava sendo acrescentado a ele: a autoridade da igreja tinha precedência cada vez mais ao ensino da Bíblia. E existia uma ênfase crescente sobre a salva??o como algo que depende do merecimento humano do mérito de Cristo, em vez da obra exclusiva de Cristo. Enquanto esses elementos humanistas foram algo diferente no conteúdo dos elementos humanistas da Renascen?a, o conceito era essencialmente o mesmo: o homem estava tomando para si o que pertencia a Deus.

No século 16, uma revolu??o religiosa-cultural mexerá com o status-quo do Ocidente, trazendo impactos culturais, sociais e também econ?micos de grande relevancia para a Europa e boa parte do mundo conhecido.

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Até a próxima!

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