Fran?a fecha escolas e estende confinamento para todo o território para frear Covid-19

Por Maria Paula Carvalho

PARIS - Emmanuel Macron come?ou seu pronunciamento em rede nacional nesta quarta-feira (30) lembrando que a crise sanitária já dura mais de um ano, um período difícil em que a Fran?a teve 4,5 milh?es de pessoas contaminadas pela Covid-19 e quase 100.000 mortes. “Resistimos e aprendemos. Com humildade e determina??o”, disse o presidente francês, antes de pedir uma “mobiliza??o extra em abril”.

Ao contrário de outros países europeus, desde o início de 2021, a Fran?a tentava frear a epidemia sem confinar. Enquanto muitos vizinhos como Alemanha e Reino Unido entraram em lockdown, “a Fran?a ganhou dias preciosos de liberdade”, lembrou o chefe de Estado.

 Jovens em UTI

Porém, desde os primeiros dias do mês de mar?o, a Europa vem sendo atingida por uma forte propaga??o da muta??o britanica do vírus, do qual “nenhuma regi?o metropolitana do país está livre”, afirmou o presidente.  Um “vírus mais mortal”, ressaltou Emmanuel Macron. Em raz?o disso, “44% dos pacientes em cuidados intensivos atualmente têm menos de 65 anos”.

Até hoje, 19 departamentos do país já estavam em situa??o de aten??o, com fechamento do comércio n?o essencial. Os primeiros efeitos come?am a aparecer, “mas s?o limitados, enquanto a epidemia acelera”, explicou o presidente. Assim, a partir deste sábado (3), o governo estende as medidas já aplicadas nesses departamentos franceses para todo o território nacional, durante um mês. As novas regras passam a valer para os 65 milh?es de franceses.

“Sem panico”, pede Macron, pois “n?o perdemos o controle dos hospitais”, destacou o presidente, que também prometeu aumentar a capacidade de leitos em UTI dos atuais 7 mil para 10 mil. Nesse momento, há mais de 5.072 pacientes internados em terapia intensiva por conta da Covid-19, um número que já ultrapassa o pico da segunda onda da pandemia. O número de infec??es, em média, passa de 400 casos por 100.000 na Fran?a e as entradas em UTI v?o continuar a aumentar por uma semana, alertam as autoridades de saúde.

O objetivo das novas medidas é “limitar os contatos sociais e os momentos de proximidade”. Assim, o home office volta “a ser sistematizado” e o “comércio será fechado, conforme a lista já existente [essenciais]”. Os controles ser?o refor?ados em via pública para “diminuir as aglomera??es e o consumo de bebidas alcóolicas”, afirmou Macron.

As justificativas para deslocamento, no entanto, ser?o necessárias somente para quem exceder a distancia de 10 quil?metros de casa. Os franceses podem andar ao ar livre, sem tempo limitado.

Escolas fecham

O presidente francês disse que “fez de tudo para tomar essa decis?o o mais tarde possível. Mas agora é necessário”, afirmou. Após destacar que a Fran?a foi um dos "raros países"que decidiram manter os estabelecimentos escolares abertos durante toda a pandemia, Macron disse que a situa??o atual exige mudan?as.

As creches e escolas ser?o fechadas por três semanas, sendo que as férias ser?o uniformizadas em todo o país, de 12 a 26 de abril. Os professores estar?o entre as categorias profissionais prioritárias na campanha de vacina??o.

O acompanhamento econ?mico e social por parte do governo continua durante todo o período do novo confinamento, com ferramentas como o desemprego parcial pago pelo Estado para os pais que ter?o que ficar em casa cuidando dos filhos. Para os comerciantes, todos os dispositivos de ajuda financeira já em vigor ser?o estendidos.

Vacina??o: luz no fim do túnel

Até o momento, 8,5 milh?es de franceses já receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19, e 3 milh?es a segunda dose.

O presidente anunciou um calendário de vacina??o: a partir de 16 abril, todos aqueles entre 60-70 anos poder?o ser vacinados. A partir de 15 de maio, a faixa etária entre 50-60 anos. E em meados de junho, todos os franceses com menos de 50 anos.

Pela primeira vez, Emmanuel Macron falou em uma "agenda de reabertura", a partir de meados de maio, para áreas externas de restaurantes e estabelecimentos culturais. “O que nos permitirá retomar uma vida normal”, finalizou.