De volta pra terra (Sexto Sentido) // Back to the land (Sixth Sense)

Vers?o Português (English version below)

Você alguma vez já sentiu como se um sexto sentido ativasse dentro de você para te ajudar em uma decis?o? Em certos momentos chaves da minha vida contei com esse “faro” agu?ado. Gosto de chamar essa experiência “sobrenatural” de espiritual. Chame-a como quiser, aconteceu comigo no último mês.

Em fevereiro, antes do carnaval, quando ainda a pandemia n?o era uma realidade no Brasil, tive um papo sério com minha esposa e meus pais: apesar de tudo que conquistei, estava me sentindo incompleto. Quando ganhei as bolsas de estudo no Canadá (NCCS) e EUA (Messiah College) senti uma responsabilidade com todo esse conhecimento que adquiri. Depois entrei no trainee da C&A, essa responsabilidade só aumentou, indo trabalhar na VF Corporation e depois Arezzo&CO, também sentia essa vontade de empregar tudo isso que vinha aprendendo em algo valoroso para as pessoas ao meu redor e meu país. Ao mesmo tempo que a responsabilidade aumentou, meu sexto sentido me dizia que já n?o estava agregando tanto como deveria aonde estava.

Logo no come?o da quarentena tomamos a decis?o de ir passar a mesma no interior de S?o Paulo, minha terra natal. Com essas quest?es na cabe?a, foram muitas noites mal dormidas, muitas conversas sérias com minha esposa, muita caneta no papel planejando como seria se por um acaso eu deixasse meu trabalho. Até que chegamos a conclus?o: vamos voltar para Presidente Prudente. No meio de uma pandemia? Largar meu emprego? Simplesmente ativamos o sexto sentido, arrumamos nossas coisas em SP e alugamos uma casa em Prudente. Decididos a gastar menos, viver uma vida mais simples, recome?ar, e voltar pra terrinha de onde viemos.

Mas n?o é que quando você decide ir por um caminho as portas v?o se abrindo? Pois é, mudamos na quinta-feira dia 14/05, e na sexta, dia 22/05, fui comunicado pela Arezzo&CO sobre uma reestrutura??o interna. Havia sido demitido. Como num passe de mágica, meus la?os haviam sido cortados para que eu recome?asse. N?o estou encarando isso como uma perda ou um “set back”. Essas coisas acontecem nas nossas vidas por raz?es nem sempre t?o claras, e “todo revés abre uma janela de oportunidade para agilizar mudan?as” (Donald Sull, Professor MIT). Esse “novo normal”, “novo presente”, “vida pós-pandemia” definitivamente vai nos abrir pra possibilidades ainda n?o exploradas e eu quero contar com elas. Quero poder unir uma vida no interior com o uso das minhas habilidades mundo a fora. Algo que era t?o impossível semanas atrás, hoje já é uma realidade. E essa é a beleza de um novo amanh?: ele reserva coisas inimagináveis aos nossos olhos.

Só tenho a agradecer. A Deus, a minha família, as escolas e faculdades que estudei, as empresas que passei, as experiências que acumulei. Tudo isso formou o homem que sou hoje. Tudo isso vai contribuir para o homem que serei amanh?. As incertezas ainda s?o muitas, mas n?o é nelas que quero me apoiar. Quero me apoiar nas certezas: ser curioso, apaixonado por conectar pessoas, focado no futuro que progride, trazer a esperan?a para um mundo que desunido tem se perdido. Hoje estou livre pra novos projetos, pra novas oportunidades, para utilizar todo esse conhecimento adquirido pra ajudar pessoas e empresas com propósitos positivos. E quando o radar do sexto sentido aparecer de novo, quero estar pronto para o próximo desafio.

English version:

Have you ever felt like a sixth sense activated inside of you to help you with a major decision? In key moments of my life I counted on this so-called “keen nose”. For me, spiritual is a great way to name this experience. Call it what you want, it happened to me last month.

In february, just before a major holiday in Brazil, when the Covid-19 pandemic was not a reality in Latin America, I had some great conversations with my wife and parents: I realized that even though I had had some success, I still felt incomplet. When I got the grants to study in Canada (NCCS) and later USA (Messiah College), I felt a deep sense of responsibility to the knowledge I had acquired. After getting into the C&A trainee program, that responsibility only grew and matured going to work for VF Corporation and Arezzo&Co. I knew I needed to be employing everything I had learned into something valuable for the people around me and my country. At the same time the responsibility had grown, my sixth sense would tell me I was not adding anymore value to where I was.

As soon as the quarantine began our family decided to spend it in Brazil′s inner country, my home town. I took with me all these questions, many sleepless nights, many serious conversations with my wife, and a lot of ink planning how would it be if I left work. Until we came to a conclusion: we will go back to Presidente Prudente. In the middle of the pandemic? Quitting my job? We simply activated our sixth sense, packed our stuff and rented a house in Prudente. We decided to save some money, live a simpler life, restart and go back to where we came from.

But isn′t it that when we decide to follow a path it feels like doors start opening? That′s exactly what happened. We moved Thursday, May 14th, and on Friday, May 22nd, I was comunicated of an internal reestructuring at Arezzo&Co. I was fired. Magically, any strings I still had were cut so I could restart fully. I decided not to face this as a set back. These things happen in our lives for reasons not so clear, but as Professor Donald Sull (MIT) puts it, “every setback opens a window of opportunity to speed up change.” This “new normal”, “new present”, “life after the pandemic” will definitely open up unexplored possibilities and I am saying: “Count me in!” I would like to unite a calmer life in my hometown to the use of my skills worldwide. Something that was quite impossible just weeks ago is now a reality. That is the beauty of the new tommorrow: it reserves unimaginable possibilities.

Therefore, I am thankful. To God, family, the schools and universities I studied at, the companies that sheltered me, the experiences I added. All of it helped formed the man I became. All of it will contribute to the man I will be tommorrow. The uncertainties still pound on the door, but I will not take any support from them. I have certainties I will put my hope on: I will be curious, in love with connecting people, focused on a positive future, I want to bring hope to a world that have been lost. Today I am finally free to new projects, new opportunities, free to use the knowledge I have acquired to help people and companies around positive purposes. And when the sixth sense hits once again, I want to be ready for the next challenge ahead.