CULTURA ORGANIZACIONAL E MAQUIAVEL

CULTURA ORGANIZACIONAL E MAQUIAVEL (ORGANIZATIONAL CULTURE AND MACHIAVELLI)

Maquiavel, no livro “O Príncipe”, ressalta que compreende o próprio homem como um ser que anseia por poder e nos faz entender a rela??o de um líder com uma posi??o de comando.

Vamos resumir seu pensamento:

Acha que um líder precisa ser duro, valendo-se de seu poder e do temor que desperta em seus subalternos, para garantir sua posi??o e o cumprimento da sua vontade. Ele acreditava que essa era o comportamento dos donos do poder, encontrado na vida real.

O líder deve saber utilizar-se de a??es que est?o distantes da bondade crist?, sendo mais seguro ser temido do que amado.

Discorre sobre um ideal real e pragmático, para sustentar a melhor maneira de conquistar e manter o poder político de um Estado.

O governante deve ter Virtú e Fortuna. A?primeira,?é a qualidade primordial do príncipe. é a capacidade de decis?o no curso da a??o, é a sua competência ao resolver problemas. Já a?segunda,?é um conceito próximo da ideia de sorte no enfrentamento dos acontecimentos inesperados. Quanto maior a dificuldade, maior a necessidade da Virtú, para se obter êxito na a??o.

O príncipe, ou o líder, deve estudar à história e tirar dela ensinamentos para suas decis?es, tendo como modelo a imitar os que foram donos do mundo.

O autor mostra-se favorável a crueldade bem empregada e adverte sobre a mal-empregada. Afirma que o modo como os atos de crueldade s?o bem ou mal utilizados têm rela??o direta com o sucesso de se conservar no poder. Ou seja, ser mal, para se manter no poder, se torna uma virtude.

N?o prega a a??o continuada da maldade, a qual é indispensável em situa??es nas quais existem rivalidades políticas, visando manter o poder. Um líder virtuoso utilizará a maldade suficiente para superar uma situa??o difícil. Deixa claro, que a maldade n?o deve ser o caminho a ser seguido, devendo ser usada com sabedoria.

Existem duas for?as úteis para a a??o de um líder competente: a inteligência, simbolizada pela raposa, e as a??es mais diretas e violentas, representadas pela figura do le?o. O líder, para conquistar a confian?a dos governados, necessita ser visto, mais frequentemente, pelo povo, como confiável, como uma astuta raposa.

O governante deve escolher os melhores caminhos a seguir, ora mostrando bondade, ora religiosidade, ora o cuidado, ora a cegueira e indiferen?a a alguns acontecimentos.

Afirma que um governo é instituído, ou com o suporte do povo, que n?o deseja ser oprimido, ou pela vontade dos governantes, os quais buscam oprimir.?Diz n?o haver seguran?a para o líder que n?o agrade a maioria. Por isso, aquele que se faz príncipe pelo favor do povo, deve permanecer amigo dele. Mas aquele que chegar ao principado, contra a vontade do povo, deve, em primeiro lugar, conquistar o povo.

Maquiavel diz ser fundamental para o líder n?o ser visto como leviano e covarde.?Para um príncipe pouco devem importar as conspira??es, se for amado pelo povo. Conquistar o liderado é fundamental, o que demanda agir e se adaptar a diferentes situa??es.

Se observarmos a cultura organizacional e o estilo de gest?o de várias empresas, percebemos que alguns líderes s?o adeptos de Maquiavel, ainda hoje. No entanto, a longo prazo esse tipo de lideran?a causa conflitos e crises, podendo levar a empresa até a sua destrui??o. No entanto, o estudo de Maquiavel, na vida corporativa, pode servir para que um executivo pratique a “legítima defesa” quando percebe que está sendo atingido por uma lideran?a negativa.

Na vida empresarial, as organiza??es aprenderam, ao longo do tempo, que a lideran?a, positiva, ou servidora, permite maior motiva??o e felicidade dos liderados, o que gera inova??o, qualidade, produtividade e boa governan?a econ?mica, social e ambiental.

ORGANIZATIONAL CULTURE AND MACHIAVELLI

Machiavelli, in the book “The Prince”, emphasizes that he understands man himself as a being who yearns for power and makes us understand the relationship of a leader with a position of command.

Let's summarize his thinking:

He thinks that a leader needs to be tough, using his power and the fear he arouses in his subordinates, to guarantee his position and the fulfillment of his will. He believed that this was the behavior of those in power, found in real life.

The leader must know how to use actions that are far from Christian goodness, being safer to be feared than loved.

He talks about a real and pragmatic ideal, to support the best way to conquer and maintain the political power of a State.

The ruler must have Virtu and Fortuna. The first is the overriding quality of the prince. It is the ability to decide in the course of action, it is your competence in solving problems. The second is a concept close to the idea of luck in facing unexpected events. The greater the difficulty, the greater the need for Virtú to succeed in the action.

The prince, or the leader, must study history and learn from it for his decisions, having as a model to imitate those who ruled the world.

The author is in favor of cruelty well used and warns of poorly used cruelty. He argues that the way in which acts of cruelty are used or misused is directly related to the success of remaining in power. In other words, being evil, in order to remain in power, becomes a virtue.

He does not preach the continued action of evil, which is indispensable in situations where there are political rivalries, in order to maintain power. A virtuous leader will use enough evil to overcome a difficult situation. He makes it clear that wickedness should not be the way to go, it should be used wisely.

There are two useful forces for the action of a competent leader: intelligence, symbolized by the fox, and the more direct and violent actions, represented by the figure of the lion. The leader, to win the trust of the governed, needs to be seen, more often, by the people, as trustworthy, as a cunning fox.

The ruler must choose the best paths to follow, sometimes showing kindness, sometimes religiosity, sometimes care, sometimes blindness and indifference to some events.

He asserts that a government is instituted, either with the support of the people, who do not wish to be oppressed, or by the will of the rulers, whom they seek to oppress. He says there is no security for the leader who does not please the majority. Therefore, he who makes himself a prince for the favor of the people, must remain their friend. But whoever comes to the principality, against the will of the people, must, first of all, conquer the people.

Machiavelli says it is essential for the leader not to be seen as frivolous and cowardly. Conspiracies should not matter to a prince if he is loved by the people. Conquering the led is fundamental, which requires acting and adapting to different situations.

If we look at the organizational culture and management style of several companies, we realize that some leaders are Machiavelli's adherents, even today. However, in the long term, this type of leadership causes conflicts and crises, and can lead the company to its destruction. However, Machiavelli's study of corporate life can help an executive practice “self-defense” when he perceives that he is being hit by negative leadership.

In business life, organizations have learned, over time, that leadership, whether positive or servant, allows for greater motivation and happiness for those led, which generates innovation, quality, productivity and good economic, social and environmental governance.

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