Com juros altos por mais tempo, crédito pede mais prudência de pessoas e empresas
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O mercado de crédito no Brasil atravessa um momento positivo de expans?o, mas corre o risco de esbarrar em um cenário mais desafiador até o fim do ano, após o Banco Central do Brasil interromper o ciclo de corte dos juros e sinalizar disposi??o de aumentar a Selic no próximo encontro do Copom (Comitê de Política Monetária), nos dias 17 e 18 de setembro.
Para profissionais de mercado, essa combina??o de demanda aquecida por empréstimos e financiamentos, de um lado, com expectativa de aumento do custo do dinheiro, de outro, exige que famílias e empresas assumam desde já uma postura mais cautelosa na hora de contrair novas dívidas.
Crédito em alta
O mercado de crédito no Brasil acelerou o ritmo de crescimento ao longo do primeiro semestre, em movimento alimentado pela demanda das pessoas físicas e por linhas direcionadas, como financiamento imobiliário.
A taxa de expans?o do saldo de opera??es no acumulado em 12 meses subiu de 7,7%, em janeiro, para 9,9%, em junho, segundo dados do Banco Central . O saldo total do crédito bancário do país passou de R$ 5,8 trilh?es para R$ 6 trilh?es no período.
No setor bancário, a expectativa dominante ainda é otimista. A proje??o de crescimento para a carteira de crédito em 2024 passou de uma alta esperada de 10%, na pesquisa de junho, para um avan?o de 10,3%, segundo a última Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Febraban , realizada com 20 bancos entre 7 e 12 de agosto.
Mas Rubens Sardenberg , diretor de economia, regula??o prudencial e riscos da FEBRABAN , argumenta que essa expectativa mostra mais do que aconteceu no primeiro semestre do que o que está por vir até dezembro.
Juros elevados
Diferentemente do que ocorreu no primeiro semestre, quando a taxa básica de juros Selic foi cortada pelo Banco Central, de 11,75% para 10,50%, neste segundo semestre o ciclo de redu??o foi interrompido pela autoridade monetária, preocupada com a resiliência da infla??o em meio aos impactos dos gastos públicos e do dólar valorizado sobre os índices de pre?os.
Após o último Copom, os agentes de mercado passaram inclusive a cogitar um aumento da Selic .
A economista-chefe do Santander Brasil , Ana Paula Vescovi , destaca ainda que o crescimento econ?mico está mais forte que o inicialmente projetado, o que tem impactos sobre as expectativas de infla??o.
Cautela para dívidas
Neste cenário dominado pela expectativa crescente de que o Banco Central mantenha os juros elevados por mais tempo e, talvez, até suba a Selic, tanto pessoas como empresas precisam adotar uma postura mais conservadora ao considerar novos empréstimos, afirmam profissionais do setor financeiro.
A cautela é justificada. Apesar da acomoda??o da inadimplência no fim do primeiro semestre, o número de brasileiros inadimplentes ainda beira patamares recordes, com cerca de 70 milh?es de pessoas com dívidas atrasadas , segundo o Mapa da Inadimplência e Renegocia??o de Dívidas, da Serasa .
Em post no LinkedIn , o planejador financeiro Antonio Carlos Antunes da Silva, CFP? aponta iniciativas que empresas e pessoas podem adotar para assumir uma abordagem financeira mais conservadora. ?
Dicas para as famílias
Entre as famílias, esse cenário demanda maior cuidado com o or?amento doméstico, afirma a economista Rayane Nascimento . Para quem n?o tem reserva de emergência para cobrir eventualidades, por exemplo, a contrata??o de novas dívidas precisa ser ainda mais bem avaliada, diz ela.
A economista compartilhou recomenda??es para pessoas que precisam contratar empréstimos ou financiamentos nesta conjuntura.
Preferência pelo pós-fixado
No caso das empresas, também vale a aten??o com a reserva de ativos financeiros com liquidez de curto prazo, afirma o consultor Lazar Halfon , para cobrir eventualidades ou mesmo riscos de o mercado de crédito secar.
O especialista recomenda que a empresa busque opera??es de crédito sejam em taxas pós fixadas e destaca um especial cuidado com o chamado spread acima do indexador, ou seja, aquilo cobrado além do indicador de referência, por exemplo, o CDI.
Proje??es econ?micas: O ambiente para os tomadores de crédito no Brasil será mais favorável em 2025 se três sinaliza??es dadas recentemente pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), pelo Banco Central do Brasil e pelo governo brasileiro forem confirmadas ainda neste ano, afirma Fernando Honorato Barbosa , economista-chefe do Bradesco , nesse vídeo publicado no LinkedIn, em que ele atualizou as proje??es para taxa de juros, para o dólar, a infla??o e para o PIB do país.
?? Corte de juros nos EUA: Na fala mais aguardada pelos mercados globais neste mês, o chairman do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell afirmou que chegou o momento de ajustar os juros no país . Para economistas e gestores de recursos, ficou mais previsível que haverá ainda em 2024 uma queda da taxa básica de juros nos Estados Unidos, a mais alta em 25 anos. Confira algumas análises de mercado .
?? Balan?o dos balan?os: A temporada de divulga??o de resultados referentes ao segundo trimestre chegou ao fim no Brasil com um saldo positivo para as empresas n?o financeiras. Segundo estudo da Elos Ayta com 293 companhias, as vendas cresceram 9,3% ante um ano antes e o lucro operacional aumentou 19,7%. Mas a valoriza??o da moeda americana, de 11,3% no segundo trimestre, inflou endividamento e despesas financeiras das companhias, reduzindo o lucro líquido da amostra em 18,7%. Confira mais análises aqui .
?? Lucros dos bancos: Já entre os bancos, o lucro líquido cresceu e bateu recorde. Itaú Unibanco , Banco do Brasil , Bradesco e Santander Brasil , os quatro grandes bancos brasileiros que têm a??es negociadas em Bolsa, registraram no segundo trimestre deste ano um lucro líquido somado de R$ 27,6 bilh?es , 13,4% mais que em igual período de 2023.
Aposentadoria: O setor de previdência privada no Brasil teve a maior capta??o líquida para um primeiro semestre em 13 anos, com saldo de R$ 30,1 bilh?es em aportes, elevando R$ 1,5 trilh?o o total de ativos investidos pelos brasileiros nesse planos. Confira aqui mais sobre previdência privada .
Inimigos do Pix: O Pix garantiu a inclus?o financeira de 71 milh?es de pessoas, segundo o Banco Central, mas para seguir crescendo como meio de pagamento preferido no país ainda precisa encarar alguns desafios. Segundo pesquisa da Fiserv e da Opinion Box , 64% dos entrevistados deixariam de usar o Pix se tivessem que pagar alguma taxa e 38% abandonariam a solu??o em caso de golpe .
Recordes da Bolsa: O Ibovespa, principal índice de a??es da Bolsa brasileira, bateu recordes de pontua??o na semana passada, apoiado no fluxo de capital estrangeiro , animado pela expectativa de início de corte dos juros nos Estados Unidos e temporada positiva de balan?os de grandes empresas. Com a alta apurada neste mês até a sexta-feira (23), na casa de 5,5%, o índice está anulando as perdas que tinham sido acumuladas em 2024, de até 11,2%, no pior momento do ano, em 17 de junho.
Rio Innovation Week : Neste mês, o maior evento global de tecnologia e inova??o reuniu por quatro dias no Rio de Janeiro mais de 185 mil visitantes que acompanharam 3 mil palestrantes, duas mil startups e 410 expositores. Neste ano, profissionais e líderes de mercado discutiram os impactos da tecnologia e da inova??o nos diferentes ecossistemas da economia brasileira. Confira alguns vídeos de quem esteve lá.?
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Gerente Administrativa I Gerente Financeira I Coordenadora Administrativa e Financeira I Lideran?a I Gest?o de Pessoas I Controladoria I Auditoria I Mapeamento e implanta??o de Processos I Estrutura??o de Processos
2 个月A tendencia é que o endividamento das famílias e empresas, principalmente as empresas de pequeno porte continuem aumentando também. Preocupante, com certeza;
Sócio e Assessor de Investimentos InvestSmart XP | Palestrante | Capit?o de equipe no Fast Track (Projeto de Desenvolvimento de Assessores e acelera??o de resultados)
2 个月O mercado de crédito brasileiro, após um período de crescimento, enfrenta um cenário mais desafiador devido à possibilidade de aumento da taxa Selic. A alta demanda por crédito, especialmente no setor imobiliário e por parte de pessoas físicas, impulsionou o mercado nos primeiros meses do ano. No entanto, com a infla??o em alta e a perspectiva de juros mais elevados, tanto consumidores quanto empresas devem ser mais cautelosos ao contraírem novas dívidas. Consumidores devem avaliar cuidadosamente suas finan?as e priorizar taxas de juros fixas e parcelas menores. Empresas, por sua vez, devem manter reservas de emergência e buscar opera??es de crédito com taxas pós-fixadas para minimizar os riscos. Em resumo, o aumento da taxa de juros e a preocupa??o com a inadimplência exigem uma gest?o mais cuidadosa das dívidas por parte de todos os envolvidos.
Senior Data Analyst/ Gest?o por indicadores
2 个月A dica sempre será: Juros alto as pessoas devem tomar crédito somente em último caso. E a famosa lei da oferta e procura Do lado dos credores, a máxima sempre será: qual seu apetite a risco? Abre ou fecha um pouco mais a torneira.
Analista Financeiro e de Crédito | Contas a Pagar e Receber | Gest?o Financeira | BPO |Empreendedora em Terceiriza??o Financeira | Estudante de Ciências Contábeis | Focada em Crescimento de Pequenos Negócios
2 个月Algumas estratégias para isso incluem avaliar cuidadosamente a real necessidade do crédito, buscar taxas competitivas, evitar endividamento excessivo e garantir que as condi??es de pagamento estejam alinhadas com as expectativas de ganhos futuros
Senior Relationship Manager na Bradesco
2 个月Dívida pode ser boa como pode ser ruim , depende da finalidade , atuando no mercado financeiro , fica claro a distin??o , vai fazer a empresa crescer ? Pode ser boa , vai fazer um investimento para família ? Seja material ou n?o ? Pode ser bom , porém temos um ponto de aten??o relevante com a alta de juros, até porque como sabemos , o juros impacta tudo , mesmo que você n?o tenha dívida , o que penso ? Ainda teremos um mar um pouco revolto antes de um? desalavancagem significativa #boletimfinancas