Felipe Hegg Art Advisory

O Armory Show 2024, realizado na cidade de Nova York, come?a na próxima semana, de 6 a 8 de Setembro. Inspirado no ic?nico Armory Show de 1913, esta edi??o moderna continua o legado de inova??o e explora??o artística que transformou a cena artística americana há mais de um século. O célebre Armory Show de 1913 foi um evento inovador que apresentou ao público americano movimentos europeus de vanguarda como o Cubismo, o Fauvismo e o Futurismo, desafiando as percep??es tradicionais e lan?ando as bases para a arte moderna nos Estados Unidos. Enquanto o Armory Show de 1913 foi uma exposi??o pioneira focada em educa??o e inova??o, o Armory Show de 2024 é uma feira comercial vibrante. Ele reúne galerias, artistas, colecionadores e entusiastas da arte de todo o mundo em um mercado dinamico. O Armory Show de 2024 continua a ser um evento crucial no calendário artístico, oferecendo uma plataforma para artistas estabelecidos e emergentes exibirem seus trabalhos. Ele reflete a natureza diversa e em constante evolu??o da arte contemporanea, apresentando uma ampla gama de meios, desde pinturas e esculturas tradicionais até instala??es multimídia. Assim, a feira promove o diálogo e as conex?es dentro da comunidade artística, impulsionando o dialogo cultural. @thearmoryshow - An Te Liu, Blouin Division (2022) - Tomokazu Matsuyama, Runner (2021) - Chryssa Vardea’s White Plaster with neon N’s (1975-76) - Eva Robarts’ sculpture, Fantasy of Happiness (2022) - Mickalene Thomas, NUS Exotiques #2 (2023) - Diana Al-Hadid’s The Caravan and The Lovers (2024) - Dindga McCannon, “Rasta Band” (c. 1990) - Jimmy Wright, Nightwatch: The Anvil (1975) - Rinus Van de Velde, As a small child... (2024) - Fathi Hassan, Order of Things (2023)

Arte pra vestir A interse??o entre arte e vestuário tem sido explorada de diversas maneiras ao longo da história da arte, oferecendo uma lente única através da qual examinar quest?es de identidade, poder e express?o pessoal. Um exemplo marcante dessa fus?o é a "Indumentária do Bispo do Rosário", uma obra do artista brasileiro Arthur Bispo do Rosário. Esta obra, que consiste em uma série de trajes meticulosamente bordados e adornados, foi criada por Bispo enquanto ele estava internado em um hospital psiquiátrico. Os trajes servem n?o apenas como vestimenta, mas também como símbolos de sua vis?o espiritual e cosmog?nica, representando uma fus?o única entre arte, religi?o e moda. Já o artista Hélio Oiticica desafiou as conven??es artísticas com seus "Parangolés", que s?o mais do que simplesmente trajes - s?o obras de arte vestíveis. Com seus tecidos coloridos e leves, os Parangolés convidam os participantes a se envolverem com a obra de forma física e participativa, tornando-os uma extens?o do próprio processo artístico. Além disso, a presen?a de artistas como Rebeca Horn no cenário internacional também enriquece esse diálogo. Suas instala??es e esculturas frequentemente incorporam elementos de vestuário, explorando temas de transforma??o e conex?o com o corpo de forma inovadora e poética. Ainda no contexto global, Joseph Beuys é uma figura proeminente. Seu "Terno de Feltro" transcende a mera fun??o de vestimenta, tornando-se um símbolo de sua filosofia artística e social. Beuys frequentemente usava o terno em performances, onde explorava temas de cura, transforma??o e espiritualidade, desafiando o espectador a repensar sua rela??o com a arte e a sociedade. Esses exemplos destacam a diversidade de abordagens e perspectivas dentro da arte relacionada ao vestuário, oferecendo insights profundos sobre a interse??o entre corpo, identidade e express?o artística. Vale a pena pesquisar sobre Hélio Oiticica, Bispo do Rosário, Rebecca Horn, Yinka Shonibare, Nick Cave, Joseph Beuys, Lygia Clark e Ernesto Neto.

Pra entender o mercado de arte, é importante entender de arte. A rela??o entre arte e artesanato é complexa e profundamente entrela?ada ao longo da história da humanidade. No entanto, essa rela??o nem sempre foi igualmente valorizada. Historicamente, o artesanato foi muitas vezes considerado inferior às “finas” artes, relegado a um papel secundário e visto como mera produ??o utilitária. Enquanto a arte era celebrada por sua originalidade, conceito e express?o individual, o artesanato era frequentemente menosprezado e tido como prosaico.? ?Contudo, nos dias atuais, presenciamos cada vez mais um movimento de reavalia??o do artesanato, tanto como prática artística quanto como forma de express?o cultural. Um dos principais impulsionadores dessa mudan?a é o reconhecimento da riqueza e da diversidade das tradi??es artesanais em todo o mundo. O artesanato passou a ser valorizado por sua conex?o com a história, cultura e identidade de diferentes comunidades. As técnicas transmitidas de gera??o em gera??o ganharam destaque como formas de preservar e celebrar patrim?nios culturais. Artistas contemporaneos est?o desafiando cada vez mais os limites entre arte e artesanato em seu trabalho. Da ceramica à tecelagem, testemunhamos uma diversidade de práticas sendo exploradas e reinterpretadas de maneiras inovadoras. Essa fus?o de técnicas tradicionais com abordagens contemporaneas está redefinindo os paradigmas da arte, ampliando as vozes e narrativas representadas. é crucial reconhecer que parte da desvaloriza??o histórica do artesanato reflete uma subestima??o cr?nica das práticas associadas ao universo feminino. A revaloriza??o do artesanato n?o apenas enriquece nossa compreens?o da arte, mas também fortalece os la?os entre culturas, comunidades e indivíduos, celebrando a criatividade em sua diversidade e promovendo uma vis?o mais inclusiva da express?o artística. Obras de Magdalena Abakanowicz, Julia Isidrez, Simone Leigh, Véio, Rosana Paulino e Tatiana Blass.

Fiquei muito feliz de participar dessa matéria escrita por Silviane Neno para a revista The President. Vale a pena conferir!